Escorregamento das vértebras da coluna ocorre mais na região lombar
Pouco conhecida pelos brasileiros, essa doença comum é chamada espondilolistese. Pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é mais comum depois dos 40 anos. Entre as suas causas estão desde má-formação congênita e fratura por fadiga óssea até degeneração da articulação por doenças reumatológicas e outras. O primeiro sintoma em geral é dor de intensidade variável.
Espondilolistese é o escorregamento de vértebras da coluna sobre as outras. Elas saem de sua posição normal, em geral na parte da frente do corpo, e avançam sobre as de baixo. A doença pode ocorrer em toda a coluna, mas 75% dos casos são na porção lombar, isto é, na região mais próxima da bacia. Pode ocorrer em qualquer fase da vida, porém manifesta-se mais após os 40 anos de idade. Existem cinco tipos de espondilolistese:
-Ístmica. Resulta de falha óssea na parte posterior da coluna na porção articular. Pode ser causada por fratura por fadiga, deixando a coluna instável, o que favorece o escorregamento. n Degenerativa. É mais comum na mulher depois dos 40 anos. Deve-se à instabilidade na coluna por doenças discais e desgaste da articulação — artrose —, tendo relação com postura inadequada, excesso de peso e/ou atividades de grande impacto.
-Traumática. Pode ocorrer em toda a coluna, mas é mais frequente na região do pescoço. Atinge mais a população masculina jovem. Pode resultar de fratura de ossos e do rompimento de ligamentos. Existe ainda o risco de compressão de medula, com perda de movimentos de intensidade variável. n Displásica. Resulta da má-formação congênita da vértebra e de seus arcos posteriores. O problema tem traços familiares; assim, pessoas com histórico do fenômeno na família estão mais suscetíveis a apresentá-lo.
-Patológica. Manifesta-se mais na região lombar. A causa é a degeneração da articulação por doenças reumatológicas, autoimunes e, principalmente, tumores.
O primeiro sintoma em geral é dor, sobretudo quando a pessoa está sentada. Crianças que nascem com a doença muitas vezes apresentam sintomas apenas quando começam a exigir mais da coluna, na escola e ao praticar atividades físicas. Outros sintomas são: desconforto e dor que irradia para as pernas.
Se a pessoa não se cuida, a tendência é o quadro ir agravando. Se vai ganhando peso, por exemplo, a situação pode ir se complicando. O escorregamento aumenta, ocorre a compressão de ligamentos, nervos e outras estruturas e as dores podem até mesmo se tornar insuportáveis e muito limitantes.
Crianças, mulheres osteoporóticas, portadores de doenças reumáticas, autoimunes e tumorais com sintomas devem ser levados para consultar um ortopedista. Boas opções, para quem não tem seguro saúde, são os hospitais universitários e o Departamento de Ortopedia das universidades públicas.
O diagnóstico inicial é clínico. Comprova-se a doença com raios X. Mais detalhes do quadro podem ser obtidos com tomografia computadorizada. Caso o paciente tenha dores nas pernas, o que sugere o envolvimento de nervos e até da medula, faz-se ressonância magnética.
O tratamento inicial consiste em livrar o doente das dores, o que pode ser feito com analgésicos, antiinflamatórios e bolsas de água quente. Caso ele não possa tomar algum remédio, recorre-se a outros métodos terapêuticos, como a acupuntura. Com a dimuição da dor e a regressão da inflamação, cuida-se da doença em si com reeducação postural global (RPG), pilates e outras técnicas, que melhoram a sustentação da coluna. A maioria dos casos é resolvida dessa forma. Só nas situações mais graves se usa cirurgia para correção da espondilolistese.
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